Nossa Quimbanda - Uma Quimbanda AncestralDe forma recorrente somos indagados aqui no terreiro, geralmente por pessoas NÃO iniciadas em quimbanda, sobre qual a nossa quimbanda, qual a nossa “””vertente”””. Pois bem. Hoje vamos esclarecer isso de uma vez por todas. Lá nos idos dos anos 90 os então praticantes de quimbanda não eram associados a “vertentes” mas sim a “ciclano, filho de fulano, neto de beltrano” e assim por diante. O quimbandeiro, na época, era suficiente por si só, ou seja, ou sabia fazer feitiçaria e “fazia acontecer” ou não. Com esse contexto, ao longo de minha trajetória junto a minha falecia iyalorixá, ela sempre falava que aquilo que praticávamos, se queriam tanto rotular, poderiam chamar de “quimbanda nagô”, uma quimbanda ANCESTRAL. E nem por isso ELA assim chamava de algo além de quimbanda e ponto, pra ela e para os seus iguais que iniciaram lá nos anos 1920~1930 no culto (os quais eu tive grande prazer em sentar no banquinho e ouvir suas histórias, aprender suas mirongas e feitiçarias), quimbanda era só quimbanda, vinda dos antigos feiticeiros Kimbanda que passavam de geração a geração suas práticas e conhecimentos. Quimbanda AncestralE por minha trajetória, por minha história, que foi construída ao longo de literalmente DÉCADAS de caminhada e aprendizagem com diversos outros mais velhos e mais novos na quimbanda, nas mais diversas famílias e “”””vertentes”””” é que nos encaixamos melhor no que chamamos de QUIMBANDA ANCESTRAL. Chamamos então de Quimbanda Ancestral nossa própria visão de quimbanda e feitiçaria afro-brasileira onde praticamos aquilo que os mais velhos nos ensinaram, aquelas práticas que nos foram passadas nos idos dos anos 1990 por pessoas que então tinham mais de 50~60 (alguns bem mais, na verdade) anos de práticas de quimbanda e feitiçaria. Claro, com acréscimos trazidos pelos ensinamentos ao longo do tempo dados pelos mestres exus e pombagiras que acompanham nossa família a gerações. Uma quimbanda única, praticada por nós da família Tradição das Sombras e por alguns quimbandeiros mais antigos como nós que buscam sair desse “oba oba” de hoje em dia. Cada Terreiro é ÚnicoAcredito firmemente na individualidade de cada prática, de cada ensinamento trazido pelos compadres e comadres, pelos espíritos ancestrais que foram outrora magistas e feiticeiros das mais variadas práticas e que hoje atendem o nosso chamado sob a alcunha de Exu e Pombagira (e demais espíritos quimbandeiros). Se ninguém é igual a ninguém, como podem querer colocar práticas individuais em “caixinhas” chamadas vertentes criando padrões e organizações em um culto verdadeiro caótico, volúvel e desconstruídor? Não gosto disso e não irei ditar regras em outros terreiros, outras famílias e nem nada do tipo. Essa apenas é minha história, minha trajetória, é o como tudo me foi ensinado. Respeito a todos os demais terreiros de quimbanda pois sabemos na pele como é difícil ser de um culto marginal, um culto dos excluídos e rejeitados. E como tal, podemos não pensar 100% igual e aí que mora a beleza do culto a exu e pombogira: na pluralidade de caminhos pavimentado em puro enxofre, sangue e dendê! Este conteúdo apareceu primeiro em Tradição das Sombras através do link Nossa Quimbanda – Uma Quimbanda Ancestral. via Tradição das Sombras https://www.tradicaodassombras.com.br/nossa-quimbanda-uma-quimbanda-ancestral/ |
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